A síndrome da super-mulher

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A super-mulher usa várias capas - mulher, companheira, mãe, filha, irmã, amiga, enfermeira, cozinheira, empregada de limpeza, motorista, psicóloga e trabalhadora - muitas vezes em simultâneo.

E por alguma razão, a super-mulher acredita que pode (e deve) usar todas as capas de forma perfeita, sem deixar nada para trás e sem se queixar. Acredita que pode (e deve) ser tudo para toda a gente - menos para si própria.

Então, a dada altura, a super-mulher começa a ter pequenos sinais de alerta, mas que quase sempre ignora - afinal de contas não tem tempo para “estas coisas”. E aquilo que começa como uma leve dor de cabeça, uma noite em branco ou algumas falhas de concentração acaba por se transformar em enxaquecas constantes, insónias, diminuição da memória, irritabilidade, aumento de peso e uma enorme sensação de frustração.

Mas o que todas as mulheres precisam de perceber é que para poderem ser super-mulheres têm que cuidar primeiro de si mesmas. Têm que pôr a sua própria máscara de oxigénio antes de pôr a dos outros.

“Não tenho tempo para cuidar de mim”, pensa. Pois é, mas pense assim, se não estiver bem não consegue dar o seu melhor, por mais que queira. Quem disse que tinha que ignorar o seu bem-estar em troca do bem-estar dos outros?

Marque tempo para si na sua agenda. Mime-se, faça uma massagem, dê um passeio, leia um bom livro, vá ao cinema, durma a sesta, coma a sua sobremesa preferida.

E peça ajuda, se precisar. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, é sinal de inteligência. A verdade é que não somos de ferro e não sabemos tudo (apesar de gostarmos de pensar que sim).
 

Filipa Ribeiro